Transformação digital nas pequenas e médias empresas e cibersegurança

Leandro Vasconcellos Gomes    7 diciembre, 2021
Transformação digital nas pequenas e médias empresas e cibersegurança

O longo e vagaroso percurso de digitalização das empresas principalmente das PMEs é uma discussão que há tempos temos sob os holofotes, entretanto, devido às mudanças bruscas nos hábitos de consumo causadas principalmente pelo ocorrido nos últimos dois anos, fez isso alterar drasticamente em qualquer parte do mundo. A digitalização passou a ser enxergada definitivamente como uma excelente oportunidade de crescimento e até mesmo de sobrevivência.  

Era natural a princípio, esperar que essa jornada digital se restringiria a grandes empresas, que muitas vezes designam uma boa fatia de seu orçamento para tecnologia. No entanto, um dos índices da pandemia foi descolar as portas do mundo digital para qualquer tipo e porte de negócio fazendo com que empresas se adaptassem ao novo modelo de negócios. Mas, certamente, empreendedores continuam se questionando se essa transformação digital não seria de fato restringida às grandes empresas, com subsídio financeiro e acesso mais ágil a novas tecnologias e inovações. Então, como as empresas de porte menor vêm se comportando frente a essa realidade, o que devem considerar daqui para frente e quais deveriam ser suas preocupações com tudo isso? 

Uma pesquisa especifica do tema transformação digital nas PMEs realizada pelo Sebrae, apontou que nos últimos três anos, os pequenos negócios no Brasil apostaram na informatização e na utilização de novas ferramentas digitais, em especial nas redes sociais e que atualmente, cerca de 75% do segmento utilizam o WhatsApp para se comunicar com clientes e 40% possui perfil no Facebook, o que demonstra a digitalização desse segmento e o comprometimento em estreitarem relacionamento com seus consumidores influenciando-os e consequentemente, ampliando suas vendas. 

As PMEs que alcançaram sucesso no ambiente virtual entenderam bem o conceito valoroso de jornada do cliente. Isso significou compreender melhor quais soluções e meios deveriam utilizar para atraí-los. Por isso, muitos empresários entenderam que investimento em capacitação e em novas tecnologias são peças-chaves na engrenagem da transformação digital além, de não se tratar apenas da tecnologia propriamente dita, mas do engajamento dos funcionários com essas mudanças, de modo a evitar brechas e interrupções de atividades. 

De maneira oposta às grandes empresas, que são capazes de contratar recursos para liderar projetos no âmbito de transformação digital, as PMEs precisam encarar o desafio quase sempre com equipes resumidas e orçamentos comedidos. Dessa forma, a transição de cultura da empresa pode ser mais vagarosa ou apresentar gaps. Isso também eleva a dificuldade de contratação de recursos especializados que consigam oferecer suporte técnico e assimilar as necessidades dos clientes oriundas das diversas plataformas digitais.  

Pode parecer trivial, mas a transformação digital começa com a implantação de uma cultura organizacional na empresa voltada para a tecnologia. Na prática, isso envolve mais do que vender e entregar os produtos de uma forma diferente e inovadora. É necessário que os empresários e colaboradores tenham uma mentalidade tecnológica para se harmonizarem com as novas ferramentas e ambiente digital. Diante de tudo isso, podemos praticamente afirmar que a maturidade digital de uma empresa nos diz o quanto a tecnologia faz para seu progresso. O objetivo final dessa jornada através da transformação digital será tirar o máximo de novas tecnologias para o desempenho da empresa. 

Outro desafio que pequenas e médias empresas têm em paralelo é lidar com as questões legais trazidas pela LGPD e com o tema de cibersegurança de um modo geral. Muitas empresas, principalmente as PMEs desconhecem o tema LGPD, que prevê como as empresas podem coletar e tratar informações de pessoas e diversas desconhecem o potencial risco e posteriores impactos de um eventual ciberataque que podem certamente afetar a reputação de marcas, prejuízos financeiros e até a quebra do negócio. As empresas de todos os segmentos e portes precisam ser capazes de alcançar a resiliência cibernética, ou ao menos, caminharem para esse propósito. 

Alcançar o objetivo da transformação digital não é algo que acontecerá repentinamente, porém, as empresas têm um caminho a percorrer e avançarão gradualmente. Além disso, não é um caminho que tem um objetivo claro, já que o ambiente digital é um ambiente onde as atualizações são constantes. No meu ponto de vista, para alcançarmos, é necessário que todo o ecossistema tecnológico, processos e controles de uma empresa independente de seu porte estejam nivelados à estratégia de governança, risco e compliance, arquitetados para lidar com um número progressivo de ameaças à segurança cibernética é essencial, que o risco cibernético seja inserido no planejamento estratégico da corporação.  

Além disso, é um diferencial frente essa busca pela transformação que as empresas contem com equipes multifuncionais constituída por pessoas que conheçam de TI, negócios e gestão de processos além, de relacionar-se com parceiros de confiança que contem preferencialmente com profissionais reconhecidos e respeitados no mercado. Afinal, a proteção e conformidade que trazem a tranquilidade de CISOs, dificilmente virão sem essas engrenagens. 

Por fim, a transformação digital, cumpre um papel importante de influenciar o rendimento, comunicação, a percepção do consumidor dentre outros. Logo, é cada vez mais relevante considerar a adesão de tecnologias nas PMEs, para que os efeitos cresçam exponencialmente e gerem novos diferenciais competitivos frente a um mercado tão dinâmico e arrojado. 

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